segunda-feira, 20 de abril de 2009

TRANSPORTE FERROVIÁRIO E O MEIO AMBIENTE






O Brasil na década de 1940, era dependente de tudo em termos de produtos manufaturados, obrigando-nos a importar, basicamente, tudo.
Exportávamos sim, mas, pouco. O "carro chefe" era o café.
O transporte era incipiente se levarmos em conta a própria população da época.
Mas uma coisa não devemos esquecer, a MALHA FERROVIÁRIA, que cobria todo este país de 'antão'.
O trem, tracionado pelas saudosas "Maria Fumaças" que bravamente, abriam o interior do país. formando povoados que se transformavam em cidades.
Neste particular devemos muito aos ingleses, ferroviários por índole. E assim, podemos dizer que
muitas cidades que conhecemos hoje, tiveram como crescimento natural, as ferrovias. Não podemos deixar de consignar algumas delas, como prova de reconhecimento, como por exemplo:
- SANTOS JUNDIAÍ
- SOROCABANA
- E. F. LEOPOLDINA
- E. F. CENTRAL DO BRASIL
Pois bem, por volta de 1957, passaram a ser controladas pelo governo federal, girando sob a denominação de:
REDE FERROVIÁRIA FEDERAL S/A.
Vivíamos uma época deficitária de transportes, pelo menos foi o que passaram ao povo. Mas o trem conseguia suprir esta falta, visto que tinhamos ramais para diversos pontos do país, incluindo as capitais, é claro.
Coincidentemente, o presidente da república era Juscelino, cuja meta de governo era o desenvolvimento do Brasil de 50 em 5 anos. Sua posse ocorreu aos 31 de janeiro de 1956.
Em agosto do mesmo ano, foi criado o GEIA - GRUPO EXECUTIVO DA INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA, cuja principal função, era obviamente, a organização para implantar a indústria nacional.
Em razão da novel indústria, foram sendo paulatinamente, desativados vários ramais ferroviários, sob a alegação de deficitários.
Um detalhe a ser acrescentado, mas que deve ser aceito como um grande argumento é o fato do Brasil, possuindo uma gigantesca extensão territorial, ter sua malha ferroviária encolhida em nome de um novo país.
Triste realidade aquele ceifamento daqueles ramais que ocorreram aceleradamente, antes mesmo da indústria automobilística se firmar.
Por outro lado, convém esclarecer que os países europeus, faz do trem, senão o seu maior meio de transporte, mais uma utilização em massa, não só pelo aspecto de uso em si, mas também, pelo aspecto turístico.
O Brasil, se comparado turisticamente, com outros países, por certo é campeão, não se aceitando qualquer argumento inócuo.
Mais nada disso aconteceu. O que vivemos hoje é a lamentável desativação das ferrovias alada ao trânsito caótico nas maiores cidades: São Paulo e Rio de Janeiro.
A título ilustratório, desde 1964 foram desativados mais de 5800 km. de trilhos, em vários pontos do nosso pobre Brasil,
Incoerência que poderia ser evitada, desde 10 de novembro de 1957, quando oficialmente, foi fabricado o primeiro veículo, considerado NACIONAL. É lamentável os esforços de João Evangelista de Sousa, o pioneiro da ferrovia no Brasil, que no dia 30 de abril de 2009, completa a data redonda de 155 anos, foi por assim dizer "trilho abaixo".
E ainda fala-se em trem bala, ligando o Rio de Janeiro/São Paulo/Campinas, como se a nossa mallha ferroviária que inexiste, fosse compatível com uma extravagância como esta.

Não devemos esquecer que um comboio polui menos que boa parte dos veículos nacionais. Seria proveitoso sim que reaparelhassemos os trens urbanos e revitalizassemos a malha ferroviária do interior.


Jorge Chaves Velloso

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